Universidades e institutos federais de Pernambuco decidiram paralisar as atividades já a partir de hoje. A decisão foi tomada em reunião realizada pelo Consórcio Pernambuco Universitas ontem à tarde, na reitoria da Universidade de Pernambuco, em Santo Amaro, área central do Recife. como forma de prevenção para evitar o contágio do novo coronavírus (Covid-19). A suspensão, uma forma de prevenir o contágio pelo novo coronavírus, vale para todos os câmpus, e deve seguir, inicialmente, até o próximo dia 31.
Cada uma das instituições que integram o consórcio – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasp), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Universidade Federal do Agreste (Ufape), o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e o IF Sertão – decide como será a reposição das aulas, e se os dias de paralisação vão ser descontados do período de férias. Elas também devem avaliar se a paralisação das aulas implicará na suspensão de serviços administrativos.
A presidente do Consórcio e reitora da UFRPE, Maria José de Sena, explica que a decisão é um esforço conjunto e uma contribuição das universidades e institutos em favor da vida dos pernambucos. “Todos nós temos obrigação de dar nosso apoio e, sim, tirar as pessoas de circulação, para que tenha o mínimo de casos possíveis, e para que o Estado possa atender aqueles que vão precisar de internamento”, defendeu.
Para o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, a paralisação das atividades curriculares não deve causar pânico. Ele lembrou que é uma medida de prevenção à propagação do Covid-19. “A gente tem que passar a mensagem que ela (a posição tomada) não é para causar pânico, mas para prevenir a circulação e evitar, portanto, a propagação do coronavírus”, expôs.
IMPACTO O diretor do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco e professor do Departamento de Estatística e Informática da Universidade Rural, Jonas de Albuquerque, argumentou que o impacto econômico em parar as atividades estudantis é menor do que em parar os serviços administrativos.
“Os assintomáticos, crianças, adolescentes e adultos, contaminam sem sintomas. Por isso a nossa insistência da desconexão desses estudantes”, explicitou. “Eu pararia em escala, em todos os níveis, e tentaria manter os trabalhadores, para que o impacto econômico fosse o mínimo possível. Parar os escolares é melhor do que parar os trabalhadores.”
Além dos reitores das instituições, estiveram presentes na reunião – para dar contribuições e opiniões sobre os efeitos do coronavírus – o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, a secretária-executiva de Gestão do Trabalho, Educação e Saúde de Pernambuco, Ricarda Samara da Silva, o médico infectologista e chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro, e o diretor do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco, Jonas de Albuquerque.