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V Semana de Popularização da Ciência no Semiárido fez chover ciência no Sertão do Pajeú

grupo reunido no observatório do sertão de itaparica

O Sertão do Pajeú virou um mar de conhecimentos entre os dias 29 e 31 de maio, período em que foi realizada a V Semana de Popularização da Ciência no Semiárido (V Semana Pop). O município de Serra Talhada foi escolhido para abrigar essa marcante edição do projeto, iniciativa da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e do Observatório Nacional (ON).

Com foco no fortalecimento e na consolidação de ações regionais de popularização e difusão de ciência, tecnologia e inovação, o evento mobilizou instituições públicas e sociedade civil em torno de questões contextualizadas e ligadas à melhoria da vida das pessoas. Foram 56 oficinas, envolvendo público de mais de 2.500 pessoas, de acordo com a organização.

Ao longo de três dias, foram compartilhados os mais diversos conhecimentos científicos, dentro do tema Da Terra ao Céu, uma viagem sustentável. Estudantes de escolas públicas participaram em massa e tiveram a oportunidade de dialogar com a ciência produzida na sua região e geralmente pouco conhecida.

equipe de organizadores do eventoNa abertura do evento, a Câmara de Vereadores ficou lotada, e a ciência deu o tom da noite no ritmo do xaxado, com a apresentação do grupo Cabras de Lampião. As boas vindas foram ofertadas pela coordenadora local da Semana, a professora Danielli Dantas, da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST/UFRPE), instituição responsável por toda a estrutura do evento. A docente ressaltou que Serra Talhada possui patrimônio científico vivo, com um bioma único no mundo e, portanto, com muito conhecimento para mostrar e trocar.

O coordenador geral do evento, professor Antônio Carlos Miranda, da UFRPE, defendeu a ciência brasileira como padrão internacional. “A ciência brasileira é boa e temos que ter orgulho. A população precisa conhecer”, destacou.

O vice-reitor da UFRPE, professor Marcelo Brito Carneiro Leão, sublinhou a importância de se levar à sociedade o entendimento de que a ciência está presente em boa parte das situações, instrumentos, objetos e soluções cotidianas. “Não há outro caminho para um país do que o investimento em ciência, tecnologia e a educação gratuita, pública, de qualidade e inclusiva”, afirmou.

Em seguida, as pesquisadoras do Observatório Nacional (ON-RJ/MCTI) Daniela Lazzaro e Teresinha Rodrigues conversaram com os presentes sobre o tema Observatório Nacional: do Eclipse de Sobral ao Observatório de Itacuruba -PE. Na ocasião da abertura, exatamente no dia 29 de maio, comemorava-se 100 anos desde o eclipse do sol em Sobral-CE, onde foi possível comprovar a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, que revolucionou a física e o mundo.

As pesquisadoras reverenciaram a ciência produzida no sertão nordestino, destacando o Observatório do Sertão de Itaparica (OASI), unidade do ON no município de Itacuruba responsável pelos estudos de pequenos corpos do sistema solar, a exemplo de asteroides. Pelos estudos, obtidos a partir do registro digital da unidade sertaneja de observação, é possível verificar as características físicas dos corpos e se apresentam riscos à superfície terrestre, prevenindo catástrofes.

A localidade foi escolhida pelo céu limpo, com baixa incidência de nuvens e luzes urbanas, o que favorece a observação. Embora poucas pessoas, até mesmo em Pernambuco, conheçam esse trabalho, a relevância é tanta que a comunidade científica aceitou o batismo de um asteroide com o nome da cidade: Itacuruba. A fim de divulgar esse projeto tão importante, as pesquisadoras guiaram uma visita técnica ao local, durante a programação da V Semana Pop, que também contou com a presença de caravanas de Serra Talhada,  do Recife e do estado de Alagoas.

abraço no observatório

A visita técnica, no dia 30 de maio, atraiu crianças, jovens e demais interessados, que ilustraram o momento com um abraço em torno do observatório, pela defesa da ciência e da educação pública. À noite, um grupo realizou observação do céu noturno.

ATIVIDADES

jovens participam de dinâmica de grupoAo longo da programação da V Semana Pop, os participantes interagiram com as mais diversas experiências científicas, entre oficinas, minicursos, palestras e vivências, a exemplo das ações interativas da caravana móvel do Espaço Ciência. Instalado num ginásio em pleno centro de Serra Talhada, o projeto recebeu diversos grupos escolares e visitantes, que participaram de experimentos, conheceram os notáveis cientistas de Pernambuco e observaram as questões cósmicas num planetário inflável.

As oficinas e minicursos foram realizados em diversos locais, para maior alcance de público, incluindo a UAST e escolas da rede pública de ensino. As temáticas eram as mais variadas, envolvendo produção e cultivo de forragens nativas e exóticas da Caatinga e de cactáceas, desafios do uso da água, experimentos de solos e geotintas e tecnologia de materiais de construção no sertão do Pajeú. A população também pôde participar de atividades envolvendo teoria e voo de drones, robótica, evolução da vida na terra, tecnologias de informação e comunicação na educação, criação de projetos gráficos, educação infantil e até tubarões.  

oficina de constelação da bandeira do brasilOs pesquisadores envolvidos foram mobilizados principalmente pelas equipes da UAST/UFRPE e do INSA. O projeto da extensão da UFRPE Desvendando o Céu Austral atraiu centenas de participantes com ações lúdicas em torno da astronomia. As oficinas de construção e lançamento de foguetes a base de garrafa pet e água, observação de manchas solares e a oficina de constelações da bandeira do Brasil, sempre muito procuradas principalmente por estudantes, movimentaram o município, trazendo importantes contribuições e incentivos.

O encerramento da V Semana Pop foi marcado pela emoção e novamente ritmado pela música; dessa vez, a cargo do cantor Assisão. Os coordenadores do evento, bem como a diretora geral da UAST/UFRPE, destacaram as grandes benesses provocadas por essa mobilização em torno da popularização científica, a partir da criação de novos espaços de debates, análises e reflexões, de compartilhamento e de saberes, buscando o protagonismo nos processos de aprendizagem e descobrimento. 

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