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[JORNAL DO COMMERCIO] Ciência trabalha para combater a covid-19

Enquanto médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde estão na linha de frente para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus, outro time atua nas universidades e institutos públicos de ensino superior. Cientistas, professores e estudantes estão unidos para desenvolver pesquisas, produzir equipamentos e informações para auxiliar no controle e combate à pandemia que já afetou mais de 2,7 milhões de pessoas no mundo, com pelo menos 192 mil mortes. No Brasil, segundo o Ministério da Educação (MEC), até a última sexta-feira, 110 estabelecimentos de ensino tinham produzido 1.333 ações, beneficiando 31,2 milhões de pessoas.

Em Pernambuco, não faltam exemplos de projetos coordenados pelas três universidades federais (UFPE, UFRPE e Univasf), pela estadual UPE e pelos dois institutos federais (IFPE e IF do Sertão). “Estamos com investimentos na ordem de R$ 13,3 milhões. São recursos do governo federal e de parcerias e convênios. Somente do MEC recebemos R$ 12 milhões, resultado de uma chamada pública para iniciativas relacionadas à covid-19. Somamos mais R$ 500 mil de convênios com prefeituras e outros R$ 800 mil com o Ministério Público do Trabalho”, destaca o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes.

“Faremos, por exemplo 28 mil exames. Também colocamos toda a estrutura da universidade à disposição do governo, caso queiram montar hospital de campanha ou usar os prédios e salas”, observa o reitor. Um dos projetos da UFPE é o sequenciamento genômico do novo coronavírus. A pesquisa fará a “leitura” das sequências genômicas de cepas virais que circulam em Pernambuco. Na prática, o estudo contribuirá para o desenvolvimento futuro de vacinas e medicamentos contra a doença, além de colaborar para a validação de novos métodos diagnósticos.

“Quanto mais se conhece sobre a genética do vírus, mais são as possibilidades de produção de fármacos e vacinas. A partir da análise genômica, confirmamos a identidade genética dele, que tem uma capacidade de mutação muito elevada. Nossa pesquisa permitirá que se faça o rastreamento de como o novo coronavírus se espalhou em Pernambuco, gerando dados epidemiológicos essenciais para a compreensão da doença”, explica o professor Valdir Balbino, do Departamento de Genética e coordenador do estudo.

Para execução do trabalho, foi comprado um sequenciador de nova geração.

MONITORAMENTO

Informações em tempo real, com relatórios, tabelas, gráficos e projeções, são repassadas para órgãos públicos, principalmente a Secretaria Estadual de Saúde, parceira de um projeto do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD). Uma equipe que envolve 46 profissionais – entre estatísticos, matemáticos, biólogos moleculares, cientistas e médicos – monitora e interpreta os dados, disponibilizados para a sociedade numa plataforma online (www.irrd.org/covid-19/).

“São informações que ajudam os gestores a direcionarem as ações. Usamos drones, satélites e robôs para fazer o rastreamento”, explica o vice-coordenador do IRRD, Jones Albuquerque. Ele é professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O trabalho é em parceria com empresas e colaboradores da UFPE, Fiocruz, Unicef-Esaro e Universidade de College of London.